terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aprendendo a parar

É estranho mudar completamente a rotina. O tempo fica mais lento, as angústias mais evidentes, as perguntas mais insistentes... mas às vezes é fundamental. Lembrei de um texto do Jorge Larrosa que me fez refletir em cada palavra e que vale a pena reler de vez em quando:

(…) ”A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. “

(Notas sobre a experiência e o saber de experiência)

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